David Gilmour demorou 46 anos. Sim, quase meio século se aprimorando para finalmente conseguir o melhor álbum chato da história do rock.
Luck and Strange é ótimo, muito bom mesmo. Execução primorosa, produção impecável, melodias belas e arranjos sublimes. Mas ele não fica só nisso, toda essa estrutura virtuosa é coroada com um elemento que Gilmour veio construindo a décadas, a chatice.
Ele quase conseguiu a plena chatice com On a Island. A segunda metade do álbum é bem chata. Em Rattle that Lock ele ensaia uma chatice plena no álbum todo, mas não consegue. Falta algo, o álbum ainda tem momentos legais. Como se estivesse numa competição com Roger Waters em fazer coisas chatas, pois This is The life we really want? é quase completamente chato, Gilmour parece ter vencido.
Um álbum elogiado, recorde de vendas, infinitas resenhas rasgando os mais caros elogios, Luck and Strange é a melhor obra de arte chata do século XXI. Uma obra prima, uma unanimidade, não no juízo sobre a chatice, pois os fãs e os YouTubers pagos para elogiar jamais admitiram. Mas a chatice está lá, tácita, um espectro que nos acompanha desde a capa sonsa, passando pela guitarra de Gilmour que se nega em viajar, pontuada pela linda voz de Romany Gilmour, até a última faixa que tem um esboço de solo de guitarra que quase estraga toda a atmosfera de chatice.
Luck and Strange, o melhor álbum chato de todos os tempos.
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