YES x Pink Floyd: o mercado gosta de simplicidade e elegância.

YES É SUPERIOR?

            Todos os álbuns do YES são tecnicamente superiores em muito a qualquer coisa que o Pink Floyd fez. Estou ouvindo todos os dias um vinil de cada ano do YES e do Pink Floyd. A comparação chega a ser cômica. Yes toca absurdamente muito mais. Só que o Roger Waters lota um estádio hoje e o YES talvez um teatro.


1971, QUE ANO!

            Vejamos o ano de  1971,  que ano absurdo, o.Yes me lança "Yes Álbum" e "Fragile". Como, como. Tem que ser muito gênio. O Pink Floyd lançou o Meddle... 


            Eu gosto do Meddle. Mas é Echoes, que entra naquele lance do primitivismo do qual falo no meu livro:



                E "One of these days", que é muito legal de se ouvir. Música simples de muito bom gosto. O resto alí é pra encher linguiça.

         

PINK FLOYD SALVOU O ROCK PROGRESSIVO.

            Se não fosse o Roger Waters ignorar a banda, se isolar no campo e criar a base de "Dark side of the moon" eles estariam acabados. O Rock progressivo estaria acabado já em 1973.

            Até hoje o rock progressivo vive de "Dark side of the moon", o terceiro álbum mais vendido da história.

            É por causa desse álbum que o Pink Floyd conseguiu vender "Animals" em 1976, quando o progressivo estava em franca decadência e a disco e o punk começavam com tudo.


DARK SIDE OF THE MOON PARA SEMPRE.

                E por conseguinte a fama de "Dark side" ajudou ainda mais o genial "The Wall" e o fraco "The Final Cut" a não ser um absoluto fracasso comercial, apesar de eu gostar muito desse álbum.

        Não li nada sobre isso nas biografias, mas tudo indica que Waters chegou nos executivos da gravadora Harvest e mostrou as demos de "Dark Side" e deve ter passado uma bela de uma conversa convencendo a gravadora de que aquilo seria ótimo.

            Tem que se deduzir que "Atom Heart Mother" é muito importante. Apesar de tosco, de a faixa título estar com o tempo atravessado, de o lado B ser de faixas bem mais simples que a suíte. Mas, mesmo assim a suíte "Atom heart mother" foi aclamada na Europa. Virou trilha de balé e até Stanley Kubrick pediu ao Pink Floyd para usar a faixa como trilha do filme 2001, mas foi negado.

            E é claro que o Pink Floyd tinha sim boa fama, o genial "Pipper at the gates of down", Echoes que tem bom gosto, "One of thse days" que também tem bom gosto e todo o álbum "Obscured By Clouds" que os produtores certamente viram alí muito potencial radiofônico.

            Deram uma bela de uma tacada e ainda contaram com um engenheiro de som ávido para fazer seu nome, Alan Parsons. Daí em diante tudo que é relacionado a Pink Flyd tem apoio.


TUDO SEMPRE VENDERÁ.

            Até aquela novela das oito do "On a Island" do David Gilmour teve uma propaganda e distribuição imensa. O lado A vai passa até bem. Mas o lado B daquele disco... é genérico como um álbum de pop rock. Negócio arrastado. Isso tanto faz sentido que em "Ratlle that Lock" ele mudou o estilo. Meteu uma levada de guitarra funkeada (no bom sentido) um negócio mais rock and roll, menos progressivo.


OS EGOS DO YES.

            Falando do Yes, tudo indica que a gravadora se incomodava com os egos da banda. Viram o obvio que ocorreu ao longo dos anos, instablidade. 

            Em 1973 o Yes faz um álbum maravilhoso, que eu gosto de mais, "Tales from topografic oceans". Os fãs adoraram mas a gravadora... Como promover nas rádios faixas com mais de 20 minutos? Naquela époica não era tão fácil vender um álbum duplo. Para piorar a situção dentre tantos lançamentos em março daquele mesmo ano, 9 meses antes do seu lançamento, saía o absurdo sucesso do Pink Floyd, "Dark side". Claro, o Yes continuou sendo um nome vendável. Até hoje o mercado usa esse nome para fazer uns trocados. Mas de quem eles gostavam mesmo era das bandas de músicas curtas, refrãos marcantes, melodias de guitarra belas e fáceis de serem assimiladas. 


YES, UM SOBREVIVENTE.

            O Yes sobreviveu, e bem até, ao punk, disco tec, pop, pós-punk, e a toda a onda comercial dos anos 80. Obviamente que eles entraram de cabeça nesse novo estilo, o AOR. O Pink Floyd também. Outras bandas de progressivo sucumbiram, como o Gentle Giant. 

                Hoje o mercado se refestela, ele tem um catálogo de ouro que continua a vender e lucra horrores com músicas banais e artistas descartáveis. Roger Waters, David Gilmour e Nick Masos continuam fazendo grana com o legado do Pink Floyd e Steve Howe segue lutanto produzindo álbuns muito bem executados com o Yes, mas sem o mesmo sucesso. 




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