MONSTERS OF ROCK 2023.

Festival quase perfeito, grandes espetáculos, alguns nem tanto, organização boa com ressalvas. Vamos abordar diversos aspectos desse evento marcante.


OS SHOWS!

Assim que nos acomodamos no Allianz Parque, por volta das 10:30, foi só aguardar para que pontualmente Doro Pesch entrasse no palco.



DORO: nota 10.

Show impecável. Doro merecia vir depois das duas bandas subsequentes pois tem uma carreira bem maior, mais antiga e relevante. Mas talvez ela fosse necessária para iniciar o festival com energia e animação. Que mulher incrível, garganta trovejante, refrões super legais e uma banda que nos entregou um heavy metal tradicional perfeito. A galera curtiu sim, cantou muitas músicas e fez coral, como em "all we are, we are...We are all, all we need". 



Satisfação total com a rainha do metal. Entretanto, me pareceu que o som estava meio baixo e teve algumas oscilações. Primeira apresentação, bem, os caras deviam estar acertando ainda as coisas.


SYNPHONY X: nota 07.

Nada contra o Symphony X. O show foi perfeito, o vocalista interagiu bem com a platéia mas…foi hora do almoço. Me parece que foi uma escolha fora de esquadro. Depois do alto astral e animação da Doro vem um som mais introspectivo, muita técnica e uma pegada menos agitada. E foi nesse momento que muita gente saiu para ir pegar um lanche, ir ao banheiro (depois de encher a cara com uma cerveja muito cara, porém de qualidade). O som oscilou. Muitos reclamaram que os instrumentos não estavam bem equalizados. Nada que sabotasse a apresentação dos caras. 



A nota não tão alta vai pelo estilo do som mesmo, prog metal…para quem gosta foi um prato cheio.


CANDLEMASS: nota 07.

Certamente o show mais fraco, mas não ruim. Os caras mandaram bem, fizeram seu trabalho com honestidade e competência. Talvez o grande problema é que muitos esperavam o Saxon. Bem, este gigante da NEWOBHM deve ter dado a desculpa para deixar o festival justamente porque seria a terceira banda e juga-se ser essa uma posição inferior para seu legado. O fato é que tivemos doom metal. Umas pauladas extremas, andamento acelerado e outras peças mais soturnas, lentas. 



Foi, foi um bom show mas não teve o êxito da Doro e ficou no cumprimento profissional de seu papel como o Symphony X.



HELLOWEEN: nota 10.


Pelos amor dos deuses do metal, o que foi aquilo? Os caras já entraram com Eagle fly free. Banda gigantesca, dois vocalistas muito bem entrosados e uma plateia que se levantou. Sim, o termômetro é esse, braços erguidos, chifrinhos de metal, punhos em riste, alegria, corais, explosão de festa. O Helloween demoliu o Allianz Parque, foi fenomenal. Um hit atrás de outro. Da fase Kai Hansen,  Michael Kiske, Andi Deris até as faixas do último disco não teve um ponto baixo sequer. Solos de guitarra e de bateria empolgantes, muita melodia. Ufa, nem sei mais como elogiar o Helloween. 



Ao término do show muitos disseram “acabou, pode ir embora”. E foi isso, o Helloween como a quarta banda a se apresentar roubou a cena dos headliners. Que satisfação em poder ter presenciado esse espetáculo.


DEEP PURPLE: nota 08.


Apreensão, foi isso. O que teríamos diante dos nossos olhos e nos nossos ouvidos seria a própria história do rock e do heavy metal. E o show começou explosivo, Highway Star. Só que…Ian Gillan não tem mais o vigor necessário para um show matador. A apresentação seguiu o formato de duas ou três músicas, Ian se ausenta do palco e tome solo. Solos de guitarra, de teclado, baixo, bateria e mais teclado. Com muita boa vontade e contando com a condescendência do público os instrumentistas fizeram o possível para sustentar a apresentação. Teve até um trecho ao melhor estilo tecladista de casamento, com Don Airey tocando clássicos da música popular brasileira, Brasileirinho, bossa nova e por aí vai. Mas, na parte final a coisa emenda com Lazy, Space Truckin e vai embora.



Foi um show que começou muito bem, deu uma bela de uma esfriada no meio e terminou histórico. Deep Purple tem hit para animar um festival inteiro sozinho, mas temos sim que considerar a idade do front man e que isto impacta diretamente no agito do espetáculo. Satisfeito sim, foi histórico.


SCORPIONS: nota 10.


Olha…o festival poderia ter acabado aí. O que que foi isso? Scorpions se apresentou como um misto de gigante do rock e banda em início de carreira. Com clássicos arrebatadores conseguiu levantar a galera com músicas novas também. Tive a impressão de que foi o volume mais alto de todos. A qualidade de som foi a melhor. Os graves faziam crânio e caixa toráxica vibrarem e a emoção foi às alturas. Do heavy metal ao AOR e baladas o Scorpions embalou a massa presente. 



Corais, alegria e empolgação, que show impecável. Vale salientar que pela primeira vez no festival a iluminação de palco foi diferenciada e os telões exibiram efeitos sensacionais. Vida longa ao Scorpions.



KISS: nota 10.


Falar o que? Todos, todo mundo literalmente ficou em pé para ver o Kiss. Nem sei o que dizer. Nunca vi tamanha comoção, lágrimas, alegria, desespero, loucura. O Kiss é um fenômeno. Eu que nem sou fã da banda tenho que reconhecer que isso foi o maior exemplo de espetáculo que já presenciei. Somente hits, muito fogo de artifício e interação com a platéia no melhor estilo show de auditório. O Kiss fez um espetáculo único.



Dezenas de milhares de pessoas se sentiram realizadas nessa noite.


COONSIDERAÇÕES SOBRE O FESTIVAL COMO UM TODO.


Desde do festival decidi que me permitiria essa aventura. que não podia passar uma vida de fã de rock e metal sem ir a um festival. E cumpri com minha determinação. Comprei os ingressos assim que as vendas abriram. Antes, fiz uma pesquisa detalhada sobre o melhor local para assistir ao show. A decisão não podia ter sido melhor, cadeira inferior na lateral, não muito perto do palco mas também nem muito longe.


 

Assim que adquirir os ingressos fui atrás de uma excursão. Até daria para sair do norte do Paraná e ir de carro, mas preferi economizar. Foi quando encontrei a empresa Trips and Trips. Perfeita, serviço de qualidade.



Para sobreviver às 12 horas no Allianz Parque fiz uma estratégia de sobrevivência. Calçado de segurança, impermeável e calça cargo. Passamos protetor solar, levamos toalhas de mãos, lenços de papel, lenços umedecidos, fio dental, Trident, power bank e protetores auriculares. Você pode achar esse último ítem curioso, mas com ele você protege seus ouvidos e têm uma audição mais limpa. 


A única reclamação é comer e beber no Allianz Parque. Como que se proíbe a entrada com garrafa de água e me vende um copinho de água a oito reais? Foi sério isso? E se um fã mais quebrado vai ao festival e fica sem grana, como faz? Morre de sede? Não vi um bebedouro. Cobrar 12 o refrigerante e 15 a cerveja tudo bem. Mas explorar tanto na água? Tá certo, alguém tem que ganhar dinheiro, mas se isso não é venda casada e lucro excessivo não tem definição. É inaceitável que esse tipo de coisa ainda ocorra e ninguém faça nada contra. A estrutura dos banheiros também é ruim. Não suporta o contingente. Os banheiros tinham que ter o dobro da capacidade.


Em fim, tirando esses detalhes foi uma experiência maravilhosa. Recomendo a todos.


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