Viver e morrer no colecionismo.

                    Colecionar não pode ser uma compulsão. Mas, pior do que isso, um colecionador pode ser um compulsivo que mascara sua ânsia desenfreada por tudo adquirindo aquilo que se escolhe para colecionar, como brinquedos. O problema é quando a compulsão extrapola a coleção.
                    Aquele que sabe controlar sua ansia de comprar, de ter itens colecionáveis pode muito bem tomar as rédeas de sua vida e se controlar em quaisquer compulsões que possa vir a ter. Nesse sentido, colecionar com consciência é um exercício de vida. Uma disciplina para consigo mesmo sobre o que se pode e o que não se pode ter. 
                    Perder esse controle já pode indicar algo bem mais grave. Uma pessoa que não se controla na vontade de ter um item, um brinquedo, um disco etc, é a mesma pessoa que vai se perder nas vontades da vida. E a vida moderna é cheia de instigações de vontades que são incontroláveis. A começar pela ilusão de se vencer na vida. Temos que ter cuidado ao almejar compulsivamente essa meta. Por que não existe isso de vencer na vida. Existe apenas o viver. Muitas pessoas sacrificam seu viver bem almejando a tal vitória que nunca chega. Essa é a porta para um estado depressivo. O sentimento de fracassar, de não conseguir. O colecionador tem que saber medir isso. Aceitar que não terá certos itens, aceitar sua coleção como ela é, sua vida como ela é e procurar resolver da melhor maneira possível sua busca pelo bem estar.
                    Deixo esse recado para os colecionadores, aprendam a controlar seus desejos e ânsias ao mesmo tempo que vejam que o mais importante de tudo é controlar sua própria vida.

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