CADA BANDA TEM UM TIPO DE DISCO USADO.



O VINIL USADO.

        Quem ouve vinil compra disco usado, não tem como. Colecionador de vinil é rato de sebo sua rede social são sites de vendas. Nessa vida de colecionar LPs detectei algumas características.

           
O DISCO DO BRASILEIRO.

            Na aquisição de discos usados nacionais a fórmula é sempre a mesma. Tem que olhar bem o disco. Além de reparar em riscos e manchas jogue uma luz meio inclinada e veja se as ranhuras se iluminam. Disco bom brilha, é um aro-íris preto. Se estiver fosco nem adianta, é vinil gasto de tanto tocar em cápsula de cerâmica que lixou o disco. É um sintoma sócio-econômico. Pessoas mais simples, muitas vezes não por não terem recursos para comprar um bom toca discos mas simplesmente por não terem conhecimento ouviam seus discos em aparelhos de baixa qualidade. A música sertaneja mesmo é o que mais sofre com isso. É curioso ver que LPs antigos de música sertaneja muitas vezes vem com as marcas do toca discos ruim, gastos, mas não pulam. Talvez porque apesar da cápsula pesada de baixa qualidade a pessoa tinha o maior cuidado no manuseio, sempre passando um pano, tirando a poeira. O som fica ruim, mas não trava nem pula.

CADA BANDA DE ROCK UM TIPO DE DISCO.

            Com o rock já percebi isso. Bandas que tem fãs muito fieis  que faz álbuns de sucesso é difícil de comprar vinil usado com qualidade. Noto isso com títulos populares. Cuidado ao comprar disco do Pink Floyd, do Yes, dos Beatles etc. O cara que comprou esse disco geralmente não o fez por moda, mas sim porque estava muito a fim de curtir. E aí se ele não tinha grana para um bom aparelho gastou o disco. Com o Yes já foram 3 títulos em que fiz mais de 2 tentativas de aquisição. Comprava o disco, ouvia e trocava. Discos gastos. Mas também, quem tem o "Yes álbum" escuta muito mesmo, o disco é muito bom. Há que se considerar que álbuns da década de setenta sofriam com a má qualidade dos aparelhos da época. Muitos eram tocados naquelas maeltas amarelhas, outrora vermelhas, com a aquela cápsula cromada de cerâmica. Acho que eram piores até que os toca discos de maleta chineses de hoje. Há seim as excessões, minha edição do "Dark side of the moon" é impecável. O dono devia ter um excelente toca discos.

DISCO IMPOPULAR É BOM!

        O inverso também ocorre. Álbuns que não venderam muito porque não são tão legais costumam estar bem conservados. Com todo o respeito, mas discos do Van de Graaff generator geralmente estão muito bons. Eu gosto da banda mas não é meu som favorito. Acredito que dos antigos donos também. É aquele disco que você compra, escuta, avalia e volta a colocar pra rodar seus preferidos de sempre. Na música clássica ocorre o mesmo. Um disco com as melhores de Mozart é difícil de encontrar em bom estado. Já uma peça de Antonín Dvořák fica tranquilo, não foi muito tocado com certeza. 

HEAVY METAL E OS ANOS 80.

        Sinal dos tempos. Na década de 1980 os aparelhos de som melhoraram bastante. Meu pai mesmo teve dois CCE escelentes. Você vai até rir pensando no seu hi end aí, mas a CCE não falhava na qualidade das cápsulas. O que stragava naqueles aparelhos eram outros componentes. Nessa década e até os anos 1990 ficou bem mais acessível comprar um bom toca discos. Não era nada profissional mas já era comum ver as maletas com cápsula de cerâmica aposentadas e na estante da sala um Philips ou outra marca de qualidade. Meu pai mesmo tinha lá parado uma maleta amarela. Até funcionava mas me lembro do som "ardido" fraco em graves. Mas no 3 em 1 era um espetáculo. Seus discos estão até hoje tocando muito bem, e ele rodava constantemente aqueles LPs, sinal que o aparelho era muito bom. Por isso que poucas vezes tive problemas com álbuns dos anos 1980 e 1990. Se o dono não fosse desleixado e só colocava para tocar não tem como o disco estar acabado.

180 GRAMAS VS MALETINHA CHINESA.

        Eu me enganei muito esperando que com os discos atuais de 180 gramas eram a prova de falhas. Tenho pelo menos dois álbuns recentes que adiquiri de segunda mão que vieram mau cuidados. Se o dono não limpar esses LPs seguram muita sujeira nas ranhuras. Com base em vídeos de especialistas em áudio (ou não) deduzo que o fato deses discos terem ranhuras mais largas (devido ao grave) elas tendem a agregar mais micro partículas. Isso acontece sempre aqui. Compro o disco novo e de repente vou tocar e ele pula, até trava. Sujeira, pega fácil. Mas é simples de resolver, só lavar. O que já notei é que muito desavisado vai seco nas vitrolas "modernas" com preço acessível. Modernas porque são fabricadas hoje e o pessoa enfia porta USB, Blue Tooth etc. Porque a tecnologia de leitura é antiga, aquela de cápsula de cerâmica. O que ocorre é que outros desavisados, como eu, compram LPs de 180 gramas usados achando que está tudo bem e eles estão mau tratados por um aparelho ruim. Não tem escapatória. 

POPULARIZOU...

        Popularizou estraga. Assim como nos anos 1960 e 1970 em que as pessoas davam seu jeito para ouvir música hoje ocorre o mesmo. O disco é caro, os usados igualmente e o "audiófilo" junta o que dá para comprar o toca discos que é possível comprar. Quem sofre são os discos e os receptadores dos álbuns de segunda, terceira, quarta mão. Esse fenômeno vai "matando" os discos de vinil. E quanto mais popular a banda, artista etc mais castigados serão os discos que encontramos no sebo, no site etc. 

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